1- Se há coisa que toda a criançada se pode gabar, é que quando andava na escolinha, qualquer um era campeão de alguma coisa: o melhor jogador da carica, o melhor futebolista da turma, o mais forte da turma, o que corre mais da turma...enfim.
O deslavado era (na cabeça dele) um don Juan na primária, irresistível a qualquer garina da turma, pois ele era o ás do jogo da sardinha. Não havia ninguém na escola inteira que jogasse melhor do que o Markl ao jogo da sardinha! Ahh! O orgulho nas bentas do barbicha irrisória!
2- Como andámos a fazer uma investigação cuidada ao passado do Markloso, soubemos que ainda hoje ele ostenta com orgulho nas paredes de casa a medalha de ouro dos jogos nerdísticos, na categoria do jogo da sardinha. Decidimos então pô-lo à prova, arranjamos-lhe um concorrente à altura e fizemos uma aposta com o Markl: quem perdesse numa série de melhor de 7 ao jogo, tinha que sofrer um castigo dado por um grupo de 5 nerds com um sério problema de acne. O Markl pensou para ele que nunca perderia com ninguém ao jogo onde ele era rei e senhor, e mesmo se por um azar maior do que a terra ele perdesse, não era um grupito de nerds borbulhentos que lhe iam fazer qualquer mal.
3- Dia da aposta, o encontro é num pátio aberto, cheio de público e amigos que o Markl convidou para ir assistir ao desafio, para lhes mostrar que ele é que é o maior. O Markl está já no meio do pátio à espera do seu adversário que é trazido por nós. Quando chegamos ao local, o nosso jogador está enrolado num roupão daqueles do boxe, com a cabeça escondida por dentro de um carapuço, pois ele é um pouco sensível à luz.
4- Os dois concorrentes estão já no meio do pátio, a 5 metros um do outro e nós damos ao nosso jogador o último incentivo e sussurramos-lhe ao ouvido que o Markl lhe tinha mijado para as sebes do quintal de sua casa e tinha pontapeado o seu arbusto preferido. O nosso concorrente estremece de ódio, começa a tremer, a tremer de nervos, range dos dentes e dá um berro descumunal que assusta o escaganifobético do Markl, quando o nosso jogador apenas diz:
"quero SANGUE. Vou testar ir além dos limites da chacina" . O Markl ri, pensa que é só uma manobra de intimidação e avisa do seu lado do pátio que não cede a nenhum coitadito que ainda cheira a leite no jogo da sardinha e diz que ainda o nosso jogador andava com as cuecas borradas, já ele era medalha de ouro dos jogos nerdísticos da sardinha.
5- Vai começar o jogo, o Markl já está na sua posição no pátio à espera do nosso jogador. O Eduardo mãos de tesoura despe o roupão. Acto contínuo, o oculista da rádio começa a chorar e a pedir perdão, que não volta a fazer mais (e por esta altura já deixou dois selos nas cuecas).
6- Nada a fazer, a aposta está feita. À força metemos o Markl frente a frente com o
ED, mãozinhas em cima das tesouras x-acteadas do criativo artista das sebes. Ainda nem sequer se deu a partida, o Eduardo, não se contendo com o seu ódio, começa logo a jogar e, num movimento repentino, corta logo 3 dedos ao Markl. O caixa d'óculos está horrorizado, com os olhos esbugalhados de dor, a jorrar sangue pelos dedos, que parecem 3 mangueirinhas a jorrar groselha. Das bancadas ouvem-se gargalhadas, o Markl olha para os lados, a babar-se de choro e vê que os seus próprios amigos estão a rir-se a bandeiras despregadas, a chorar a rir do pobre estafermo.
O Markl vira-se e tenta fugir, prepara-se para correr quando o Eduardo lhe crava a tesoura mindinha nas costelas e arrasta-o de novo para o jogo. O Markl não quer jogar mais, diz que desiste e tenta atirar-se para o chão, mas quando vai a tentar, o
ED manda-lhe logo uma tesourada na cara que lhe corta o olho esquerdo ao meio e com a outra "mão" corta-lhe o nariz.
7- HORRORIZADO, o Markl, já com a cara numa poça de sangue, ajoelha-se e começa a gritar que é um cagão, que é um maricas, que é um falhado e que tem cara de menina. O
ED não cai nisso, não há perdão, e vendo-o ajoelhado perante os seus pés, faz-lhe logo uma risca ao meio na cabeça com a tesoura indicadora da "mão" direita, que expõe o cérebro do Markl à luz do dia.
O Markl rasteja pelo chão, ouvindo pela orelha direita gritos de gozo, gargalhadas e algazarra. O
Alvim está que não pode, o
Ricardo Araújo Pereira está sem fôlego de tanto rir, o
Bruno Nogueira aponta-lhe o dedo e troça com as mãos a dizer-lhe adeus, a
Ana Lamy ri-se estridentemente e lágrimas de riso caem-lhe pela cara.
8- O barbicha de bode ainda tem o talento de conseguir chorar pelo olho direito, enquanto rasteja pelo chão, deixando um rasto de sangue no pavimento. O
ED está possesso, as veias dos olhos dele palpitam, parecem que querem rebentar com o ódio e eis que senão solta o pé direito do chanato e começa a pontapear o Markl com as unhas-tesoura dos pés. O 1º biqueiro acerta no lombo do Markl, que lhe rasga a carne e expõe 3 costelas laterais. Na 2ª biqueirada, o
ED faz-lhe uma paralítica na perna direita e a tesoura entra por um lado da coxa e sai do outro lado, cravando-se na barriga da perna esquerda do aniMarkl.
9- Nisto, agarramos o
ED, achamos que já chega e à força retiramos-lhe as tesouras das mãos e dos pés. Enquanto isso o Markl mal respira, prostrado no chão. Quando passado uns 3 minutos achamos que o encontro da sardinha já terminou e o
ED já está calmo e sem "armas", soltamo-lo.
Que erro.... O Eduardo num súbito movimento leva a mão à carcela e tira de lá de dentro o penis-tesoura catana, que ele carinhosamente chama de "embondeiro"...
R.I.P. Markl, paz à sua alma.